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SÃO PAULO – Com US$ 2 por pessoa por ano é possível conservar mananciais e garantir água limpa para cidades de médio e grande porte. É o que aponto o novo estudo da ONG The Nature Conservancy, que analisou a situação de abastecimento de água e a conservação de mananciais em 4 mil cidades de médio e grande porte, ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

Isso porque, de acordo com o estudo “Para Além do manancial: benefícios ambientais, econômicos e sociais da proteção das fontes de água”, um dos principais fatores de risco para a escassez hídrica nas médias e grandes cidades é a erosão de rios e nascentes.

E o problema não é pouco. O levantamento mostra que 80% das cidades analisadas poderiam reduzir a presença de sedimentos e nutrientes nas fontes de água usadas para o abastecimento a partir de ações como a manutenção da mata ciliar e as florestas nativas próximas às nascentes.

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“Proteger as terras ao redor dos mananciais é fundamental para garantir o fornecimento de água em longo prazo”, afirma Giullio Boccaletti, diretor executivo global do programa de águas da TNC. “Infelizmente, 40% das áreas de mananciais, no mundo, mostram níveis moderados ou altos de degradação. Os impactos disso sobre a segurança hídrica podem ser graves”. No caso dos mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, o índice de degradação é superior a 70%.

Investimento
O relatório estima que para reduzir em 10% a erosão em 90% das bacias de mananciais – e garantir segurança hídrica para segurança hídrica de pelo menos 1,4 bilhão de pessoas –  seria necessário aumentar os gastos anuais com os programas de financiamento de serviços ambientais de US$ 42 bilhões para US$ 48 bilhões.

De acordo com a TNC, o investimento está longe de ser exorbitante já que representa 8% dos gastos com a água em todo o mundo, ou o equivalente ao que cidades Nova York gasta para a proteção das bacias que abastecem seus moradores. Na metade das cidades analisadas, proteger as águas dos mananciais poderia custar US$ 2 por pessoa, ou menos, anualmente.

O estudo também destaca a importância dos mecanismos conhecidos como Fundos de Água, que permitem aos usuários de água que vivem ao longo de uma bacia hidrográfica financiar a preservação e a restauração das terras no começo da bacia.