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O artigo 3º da Declaração Universal pelos Direitos da Água afirma que “os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia”. No entanto, a realidade ainda está longe disso. De acordo com a ONU, 80% das águas residuais não são recolhidas ou tratadas antes de serem despejadas na natureza – e a situação nas grandes cidades é foco de atenção.

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Microbacias é o tema da edição 2019 da Primavera X. Trata-se de uma gincana nacional em prol do cuidado com as águas e tem o intuito de fomentar o surgimento de equipes comunitárias, lideradas por crianças e jovens, para desenvolverem projetos sobre a preservação de nascentes, riachos, açudes e lagoas. O pontapé inicial da Primavera X este ano será em 21 de setembro, data da divulgação da primeira das seis missões previstas para a gincana; o encerramento está previsto para 28 de outubro, com a realização de mutirões e ações efetivas para a preservação de nossas águas.

Em regiões em desenvolvimento, o índice de tratamento de águas é ainda menor: 8%, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Ou seja, 92% não são tratadas. A poluição causada por agentes patogênicos de excrementos humanos e de animais afeta quase um terço dos rios da América Latina, e o resultado é menos saúde e qualidade de vida para a população, com risco até de mortes.

No contexto do Brasil, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesp) informa que os principais agentes poluidores são os lixões, os aterros mal operados, as atividades inadequadas de armazenamento, o uso incorreto de agrotóxicos e fertilizantes, o manuseio e descarte de matérias primas, produtos, efluentes e resíduos em atividades industriais, como indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas, eletroeletrônicas, alimentícias, entre outras. 

Quais ações são possíveis?

“Todos podem fazer a sua parte para alcançar a meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para reduzir pela metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentar a reutilização de água potável até 2030”, afirma Guy Ryder, presidente do UN Water.

Para isso, a recomendação de Carlos Perdigão, coordenador da Superintendência de Planejamento de Recursos Hídrico da Agência Nacional de Águas (ANA), é se engajar para atuar de forma comunitária em problemas próximos. “É muito importante atuar em atividades que realmente tem objetivo de preservação de água de solo, como controle de erosão e controle de nascentes”, afirma. 

Entre as ações possíveis para atuar em uma microbacia estão:

  • Cobrar a empresa responsável pelo destino dos resíduos sólidos para que sejam despejados de forma responsável;
  • Cobrar o serviço público sobre as redes de coleta e de tratamento de esgotos;
  • Dialogar com o serviço municipal para evitar que o solo seja impermeabilizado, ou seja, que, em caso de asfaltamento, haja escoamento adequado;
  • Conscientizar a comunidade para limitar o consumo de água à sua necessidade, sem desperdício.

Em escala maior, quem estiver engajado na questão das bacias hidrográficas pode compor presença nos Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH), que integram o Parlamento das Águas, um “espaço em que representantes da comunidade de uma bacia hidrográfica discutem e deliberam a respeito da gestão dos recursos hídricos compartilhando responsabilidades de gestão com o poder público”.

Neste link, você pode conhecer os dez CBH brasileiros, entender a qual deles pertence e fazer contato via e-mail com seus organizadores.