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Dentro de um grande contêiner de metal, fica protegida uma máquina capaz de fazer “mágica”: o equipamento transforma ar em água potável. O sistema, desenvolvido pela empresa californiana Skysource/Skywater Alliance, foi batizado de Wedew e recebeu em outubro deste ano um prêmio bilionário para se expandir pelo mundo.

A organização internacional Water Abundance XPrize procurava um projeto que tivesse a capacidade de gerar pelo menos 2 mil litros de água diariamente a um custo máximo de US$ 0,02 por litro e que, ainda por cima, usasse energia 100% renovável.

E encontrou: o Wedew foi, então, agraciado com uma premiação de US$ 1,5 bilhão para cumprir uma missão de oferecer de forma sustentável água potável a populações necessitadas.

Cada caixa produz, aproximadamente, 300 galões de água todos os dias, o suficiente para atender o consumo de uma comunidade de 100 pessoas. Após o recebimento do prêmio, os responsáveis pela iniciativa afirmaram que o objetivo agora é implementá-la em várias partes do mundo, em parceira com organizações sem fins lucrativos.

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Como funciona a máquina que fabrica água?

Dentro dos contêineres, as máquinas desenvolvidas pela Skywater simulam o funcionamento das nuvens. O mecanismo comprime o ar e, assim, condensa o vapor de água da atmosfera; deste processo, formam-se gotículas de água potável que são armazenadas em um tanque – e este pode ser conectado a uma torneira.

“A fonte mais abundante de água doce é a atmosfera da Terra. Quando a umidade atmosférica se condensa, cai como chuva. A Skywater replica esse processo natural de condensação ao simular o ponto de orvalho, o que permite que ela faça água continuamente, mesmo em condições de baixa umidade”, resume a empresa, em comunicado.

De acordo com David Hertz, um dos líderes da companhia, há cerca de “37,5 milhões de bilhões de litros de água” na atmosfera e que isto é uma quantidade de água doce maior do que a soma de todos os rios da Terra. Por isso, afirma Hertz, isto garante a possibilidade de produzir milhões de galões de água todos os dias.

E o que garante esta água como potável é o próprio processo no qual é produzida: o fenômeno gera ozônio, que é um gás natural capaz de eliminar bactérias e outras impurezas do líquido –  e, ao contrário do cloro, não deixa sabor.

O sistema é alimentado por dois tipos de energia, ambas renováveis. O modelo pode ter matriz baseada em energia solar fotovoltaica ou baseada em um sistema gaseificador movido a biomassa. Assim, afirmam seus desenvolvedores, não produz qualquer gás de efeito estufa.