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SÃO PAULO – Desde o dia 29 de julho, o Sistema Cantareira está em estado de alerta. Nesta data, o nível de água armazenada pelo reservatório caiu a menos de 40% da capacidade total e, desde então, o índice está em queda livre. Atualmente, nível da represa está em 35,4%, de acordo com dados da Sabesp.

Quando a represa está em estado de alerta, a Sabesp precisa reduzir a quantidade de água retirada do manancial de 31 mil litros por segundo para 27 mil litros por segundo. O complexo de represas é responsável pelo abastecimento de cerca de 7,5 milhões de pessoas por dia no estado de São Paulo – antes da crise hídrica de 2014, ele dava conta de 9 milhões de paulistas.

O atual volume de água da Cantareira é inferior ao período pré-crise: em 2013, o sistema operava com uma média de 44% de sua capacidade. Além disso, de acordo com a informação divulgada pela GloboNews, o reservatório perde, em média, 1,1 bilhão de litros de água por dia desde abril.

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Cidades já tomam precauções

Desde o episódio da crise hídrica paulista, outras represas passaram a assumir o abastecimento doméstico de parte do Sistema Cantareira, casos da Guarapiranga e da Alto Tietê. Mesmo com a medida, algumas cidades seguem com problemas em momentos de seca.

É o caso dos municípios de Itu, Santa Cruz das Palmeiras, Caconde, Tambaú e Rio das Pedras. “Estamos na base da calculadora para que o nível das represas fique no azul. Não sabemos quando as chuvas voltam e precisamos dessa poupança”, disse o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Rio das Pedras, Daniel Gonçalves, em entrevista ao Estadão.

Em Rio das Pedras, desde 30 de julho, a água é racionada entre 9h e 16h. Já em Santa Cruz das Palmeiras, o período de escassez é ainda maior: a prefeitura restringe o uso de água das 7h às 16h com o objetivo de poupar o recurso para a estiagem que pode ocorrer nos próximos meses.

O que a Sabesp diz?

Em nota oficial ao portal G1, a Sabesp reconheceu a gravidade da situação dos reservatórios em agosto e afirma que “todas as condições criadas para maior segurança hídrica como obras, combate a perdas, consumo menor pela população e uma gestão eficaz dos sistemas permitem que a produção de água atual seja suficiente para atender a demanda de quase 20 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo”.

No mesmo comunicado emitido pela empresa, afirma-se que é essencial que a população mantenha os hábitos de consumo consciente de água e evite o desperdício, especialmente em períodos de estiagem. “A entrada de água nas represas, principalmente a partir de abril, no Sistema Cantareira, tem ficado muito próxima das mínimas já registradas. Por isso é importante que os moradores economizem água sempre”, completa o comunicado.

Confira os níveis dos principais reservatórios de São Paulo (medição de 15/10):

Cantareira: 34,3%
Alto Tietê: 47,0%
Guarapiranga: 51,9%
Alto Cotia: 40,8%
Rio Grande: 82,1%
Rio Claro: 43,6%