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SÃO PAULO – Você chega cansado de uma viagem e, quando vai fazer check-in no hotel, recebe a notícia de que o lugar está sem água. Você está com fome, corre para um restaurante para logo descobrir que ele está sem água. Você está no trabalho, se levanta para ir até o bebedor e percebe que não tem água. Quando você busca informação sobre o que está acontecendo, descobre que a água só volta em seis horas.

Como você reagiria?

Matt Damon – um dos fundadores da Water.org, uma organização não-governamental multinacional que trabalha com a concessão de crédito para pequenas obras de infraestrutura hídrica – se juntou com a cervejaria belga Stella Artois e, com câmeras escondidas, criou as situações descritas acima para descobrir como as pessoas reagiriam. As situações aconteceram em diversos países pelo mundo, entre eles o Brasil, os Estados Unidos e a Argentina.

Confira o vídeo (ainda sem tradução, mas com legendas em inglês)

Mulheres são mais afetadas pela falta de água
Todos os dias, 200 milhões de horas são perdidas por mulheres pelo mundo em verdadeiras peregrinações por água minimamente limpa para suas casas e famílias. Isso significa que, todos os dias, 22,8 mil anos do tempo de centenas de milhões de mulheres é desperdiçado nessa única função – preterindo outras tarefas, como a dedicação aos estudos ou a um emprego.

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Os números são da Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, e revelam o quanto a falta de água vitima as mulheres de forma desproporcionalmente maior que os homens. “Quando a água não está disponível, são as mulheres e as meninas que pagam com tempo, esforço e oportunidades perdidas para garantir que suas casas e família tenham o recurso”, disse Sanjay Wijesekera, diretor global para água, saneamento e higiene do Unicef, em comunicado oficial.

Os resultados da reversão desse quadro de desigualdade, seja com a oferta de água mais acessível ou, pelo menos, a divisão da responsabilidade pelo suprimento da água de casa com os homens, impressionam. De acordo com o Water.org, os ganhos se dão em três grandes eixos: educação, saúde e oportunidades sócioeconômicas.

Confira quais são esses ganhos na nota “Mulheres sofrem mais com falta de acesso à água, diz Unicef”, publicada pelo Juntos Pela Água em 2017.