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SÃO PAULO – No domingo, dia 19 de novembro, o mundo comemorou o “Dia Mundial da Privada”, instituído pela Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013 para inspirar ações e programas de combate à crise de saneamento pela qual passa o planeta. Hoje, estima-se que 4,5 bilhões de pessoas vivem em casas sem uma privada que garanta o descarte seguro e adequado de seus dejetos.

Para marcar o dia, o Juntos Pela Água reuniu cinco curiosidades sobre a privada. Quando foi inventada a primeira privada com descarga? Quanto água é usada por uma descarga? Qual é a privada mais eficiente do mundo? Quanto custa a privada mais cara do mundo? O que é mais sujo, um smartphone ou uma privada?

Confira!

1. Quando foi inventada a primeira privada com descarga?

O poeta inglês John Harrington, afilhado da Rainha Elizabeth I, da Inglaterra, inventou a primeira privada com descarga em 1596. A novidade, chamada de Ajax, contava com um reservatório de água que tinha uma abertura no fundo, selada por uma válvula de couro. Um sistema de alças, alavancas e contrapesos operavam o sistema. Embora até a rainha tenha celebrado a invenção, a novidade foi logo posta de lado e permaneceu esquecida por quase dois séculos. A população da época preferiu se manter fiel ao antigo hábito de esvaziar baldes de esgoto pela janela.

2. Quanta água é usada por uma descarga?

As descargas padrão no Brasil consomem cerca de seis litros de água sempre que são acionadas. Pode parecer pouco, mas, na cota de água usada por uma residência familiar comum durante um mês, o consumo das privadas corresponde a cerca de 30% do volume total. Esse índice só perde para o usado para higiene pessoal, que corresponde a 35% do total (por curiosidade: limpeza responde por 5%, cozinha, 10% e lavagem de roupa, 20%). As chamadas descargas ecológicas, que funcionam com duplo acionamento, prometem reduzir, em parte esse consumo. Com elas, o usuário pode escolher se quer usar três litros ou seis litros quando aciona a descarga – sendo três litros indicados para resíduos líquidos e seis litros para resíduos sólidos.

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3. Qual é a privada mais eficiente do mundo?

Em 2011, a Bill and Melinda Gates Foundation, a maior fundação do planeta, com mais de US$ 40 bilhões em recursos, lançou um desafio para as principais universidades do mundo: reinventar a privada. O objetivo era criar uma solução mais eficiente. Em 2012, a Caltech (California Institute of Technology), foi anunciada vencedora com uma solução que converte os dejetos da privada em hidrogênio e eletricidade. Um reator eletroquímico movido à energia solar elimina organismos nocivos e oxida resíduos de forma que eles tenham serventia e não sejam apenas descartados. Aplicações práticas da tecnologia já estão em uso.

4. Quanto custa a privada mais cara do mundo?

Desenvolvida pela empresa russa S.P. Korolev Rocket and Space Public Corporation, também conhecida RSC Energia, a privada de R$ 62 milhões não tem assento de ouro, válvula de diamante ou estrutura de platina. Ela é cara porque foi projetada para funcionar na Estação Espacial Internacional, que orbita a Terra em gravidade quase zero a 408 quilômetros de altitude e a 27,7 mil quilômetros por hora. E ela faz duas coisas que nenhuma outra privada faz: impedir que os dejetos voem pela estação e funcionar como uma pequena estação de tratamento e reúso de resíduos, separando e filtrando líquidos para consumo dos astronautas e descartando o que não pode ser reaproveitado.

5. O que é mais sujo, um smartphone ou uma privada?

Uma privada não é lá a coisa mais limpa do mundo. Mas você sabia que uma série de objetos usados todos os dias são considerados mais sujos e contaminados por bactérias e microorganismos do que uma privada? Segundo um estudo conduzido na Inglaterra em 2013, a tela de um smartphone, por exemplo, tem cerca de sete vezes mais unidades de bactéria Staphylococcus, que pode causar doenças, do que o assento de uma privada. Um tablet chega a ter 30 vezes mais unidades. Outro estudo conduzido no Arizona, nos Estados Unidos, mostrou que esponjas e paninhos usados na pia da cozinha chegam a ter 456 vezes mais bactérias que uma privada enquanto teclados de computador, tem até cinco vezes mais. Que nojo!