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A seca no semiárido brasileiro completa sete anos de duração ininterrupta em 2017. Como consequência disso, incríveis 49,7% dos reservatórios de água que atendem a região estão com nível abaixo dos 10%. Pior: somados os recursos hídricos de todos os reservatórios do semiárido, a região tem, hoje, apenas 5,6 bilhões de metros cúbicos de água disponível. Pode parecer muito, mas isso representa só 17,2% do total da capacidade de armazenagem, que é de 32,7 bilhões de metros cúbicos.

Exemplo de consulta ao sistema Olho N’Água, que reúne informações sobre os reservatórios de água do semiárido brasileiro: informações sobre o Açude Castanhão, no Ceará (Foto: Olho N’Água / Reprodução)

As informações são do sistema Olho N’Água, criado a partir de uma parceria entre o Insa (Instituto Nacional do Semiárido) e a UFCG (Universidade Federal de Campina Grande). A iniciativa oferece, pela primeira e em tempo real, a soma do volume do recurso disponível em 452 reservatórios dos nove Estados brasileiros que compõem o semiárido: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Água no semiárido

Por meio do Olho N´Água, se descobre, por exemplo, que hoje, 20,8% dos reservatórios do semiárido tem nível de água entre 10% e 25%, 13,6% tem nível entre 25% e 50% e apenas 15,9% tem nível acima de 50%. Por meio do sistema de dados, é possível também pesquisar reservatórios pelo nome e consultar o volume de água atual disponível, a capacidade total de armazenamento, a tendência do volume nos últimos seis meses e um histórico com dados de volume que, frequentemente, supera uma década. É possível, ainda, buscar por municipalidades, descobrir qual reservatório atende a região e consultar esses dados. Quem quiser trabalhar esse material em bases de dados e sistemas de planilhas próprios tem a opção de baixar os históricos em formato CSV – tudo gratuitamente.

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As informações dos níveis dos reservatórios vêm de monitoramentos mensais realizados por oito órgãos diferentes. Entre eles estão agências estaduais e federais, fundações, institutos e secretarias, entre outros. O serviço faz parte do Sistema de Gestão da Informação e do Conhecimento do Semiárido Brasileiro (SIGSAB), que reúne e oferece informações econômicas, sociais, ambientais e da infraestrutura do semiárido. De acordo com os criadores do projeto, que tem equipe de 11 pessoas, a ideia da iniciativa é reunir e compartilhar, de forma simples e intuitiva, dados sobre reservatórios que atendem a 24 milhões de pessoas.