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Um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) criou um aplicativo que simplifica o dimensionamento de reservatórios para a captação de água de chuva. A novidade ganhou o nome de CAPCHU e, em menos de um minuto, cruza informações como o regime de chuvas local, a área disponível para captação do recurso, as variações na demanda diária pelo líquido e o volume dos reservatórios à disposição para maximizar o aproveitamento dessa fonte. O sistema permite, ainda, o equacionamento do desempenho dos diferentes fatores de captação e até quanto tempo será necessário para amortizar o investimento no aproveitamento das águas pluviais.

“É possível trabalhar com vários cenários”, José Carlos Mierzwa, diretor técnico do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (Cirra), da Poli, e um dos integrantes do grupo de pesquisa. “O profissional que está projetando o reservatório poderá escolher a melhor opção para sua obra, tanto em termos de aproveitamento máximo da água da chuva quanto em relação ao melhor retorno de investimento”, afirmou. Inicialmente, segundo os criadores do CAPCHU, a ideia é que esses profissionais e empresas da construção civil comprem licenças de uso do software para auxiliá-los no projeto e venda de soluções de reaproveitamento de água pluvial aos seus clientes.

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Dados abertos

O CAPCHU usa bases de dados abertas, como as oferecidas pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O diferencial é que o aplicativo não apenas compila, mas trabalha esses dados, cruzando-os com uma série de outras variáveis para entregar uma solução embasada aos seus clientes. A novidade obteve registro no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) em janeiro de 2017 e será usada, pela primeira vez, no projeto do reservatório do sistema de captação de chuva do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (Cepeusp). Segundo o Jornal da USP, lá, com um reservatório de 50 metros cúbicos (m3), será possível atender à demanda diária das descargas, mictórios, irrigação e lavagem de pisos – o que equivale a cerca de 20 m3. Em um ano, a instalação do sistema representará uma economia de cerca de 4000 m3.

O CAPCHU surgiu no Programa de Iniciação Científica da USP pelas mãos de Mierzwa e teve colaboração dos professores Ivanildo Hespanhol e Maurício Costa Cabral, da Poli.