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SÃO PAULO – O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que o saneamento básico na grande São Paulo deve ser universalizado até 2021. As previsões para as cidades do interior e do litoral paulistas, segundo Alckmin, são ainda mais otimistas: 2017 e 2018, respectivamente.

Segundo o governador, a meta de tratamento de água e esgoto é uma das prioridades da Sabesp. “Esse ano nós vamos universalizar o interior de São Paulo. Cidades todas 300%: 100% de água tratada, 100% de esgoto coletado e 100% tratado”, afirmou em matéria do site G1.

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É esperar para ver. Atualmente a cidade mais rica do país, São Paulo, é a 20ª colocada no ranking de coleta e tratamento de esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil. De acordo com o ranking, a capital paulista trata pouco mais da metade do esgoto que produz e tem um alto índice de perdas de água tratada. No ABC, Mauá, que tem o tratamento feito pela Odebrecht Ambiental, trata 66% de seu esgoto e Guarulhos só 3%, aponta Trata Brasil

De olho na despoluição do rio Tietê
O anúncio de Alckmin foi feito  no dia 1º de março durante a inauguração de obras de limpeza do Rio Tietê, em Guarulhos. Orçadas em R$ 55,9 milhões as obras são para a dragagem do trecho entre a barragem da Penha e o lado da barragem Edgard de Souza, na região metropolitana de São Paulo.

Vale lembrar que o projeto de despoluição do rio Tietê foi iniciado em 1992. Pelo projeto inicial, o rio seria despoluído até 2022, mas o prazo foi estendido em três anos. Em setembro de 2012, Geraldo Alckmin  chegou a anunciar que o rio estaria sem cheiro e seria habitado por algumas espécies de peixes em 2015. Atualmente o projeto está na terceira etapa, mas ainda não há nenhuma mudança significativa sentida pela população.

De acordo com reportagem da Agência Pública, em 1992, 70% do esgoto da região metropolitana de São Paulo era coletado, mas só 24% desse volume era tratado. Fazendo os cálculos, isso significava que apenas 17% do total do esgoto era tratado, enquanto 83% eram jogados in natura nos rios.

Na época, havia apenas duas estações de tratamento, Barueri e Suzano, com capacidade de tratar 4 mil litros de esgoto por segundo. Na primeira etapa do Projeto Tietê foram construídas mais três estações, que entraram em operação só em 1998 e elevaram a capacidade de tratamento para 18 mil litros por segundo.

O investimento de aproximadamente US$ 3,6 bilhões no projeto ao longo de 23 anos trouxe avanços. Hoje, 87% do esgoto é coletado e 68% desse total, tratado, mesmo assim, segundo dados do Ministério das Cidades, a capital paulista lança, todos os dias, 450 milhões de litros de esgoto sem qualquer tratamento.