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SÃO PAULO – A revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos estabelece como metas prioritárias até 2020 iniciativas para frear a crise hídrica e os efeitos das mudanças climáticas. A resolução defende a necessidade de integrar a política de recursos hídricos com a política ambiental e os setores de saneamento, irrigação, energia, turismo, bem como estabelecer critérios de autorização para o uso da água e, ainda, à fiscalização dos usuários, considerando as particularidades das bacias hidrográficas.

“O trabalho, realizado pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, e referendado, em dezembro, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) inova, ao propor na lista de prioridades ações, como a promoção do uso sustentável e reúso da água, fundamentais numa época de escassez, como ocorre na região semiárida do Nordeste”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

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O documento também destaca a necessidade de identificar, avaliar e propor ações para áreas com risco de ocorrência de inundações, secas, entre outros eventos extremos relacionados à água.

A revisão do plano, publicada no Diário Oficial na semana passada, ocorre em um momento de crise hídrica no Brasil, com o Nordeste enfrentando a pior seca em 70 anos e o Distrito Federal tendo que racionar água pela primeira vez na história.

Estudos feitos sob encomenda do próprio governo indicam que os recursos hídricos serão fortemente impactados no Brasil já no meio do século devido à mudança do clima. Segundo o projeto Brasil 2040, realizado pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, bacias hidrográficas no Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste terão reduções de vazão (o Sul deve ter mais chuvas). Isso deve afetar a geração de energia em hidrelétricas nessas quatro regiões.