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SÃO PAULO – O desmatamento na Amazônia Legal pulou de 5.013 quilômetros quadrados de florestas para 6.207 entre agosto de 2014 e julho de 2015. Isso representa um aumento de 24% com relação ao mesmo período anterior. As informações foram reunidas pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em novembro do ano passado, o Ministério do Meio Ambiente havia estimado um crescimento de 16% do desmatamento. Após ter acesso a 214 imagens por satélite da região, foi possível calcular a taxa já consolidada. O Brasil é o segundo país que mais perde áreas verdes por ano, segundo o Global Forest Watch.

O Pará foi o estado que mais contribuiu para esse índice, com uma supressão de 2.153 quilômetros quadrados. No entanto, para Dalton Valeriano, representante do Inpe, Mato Grosso e Amazonas são os estados que merecem atenção. “O que me preocupa são o retorno lento mas constante da taxa no Mato Grosso e a ascensão no Amazonas. São pequenas, mas são novas frentes de desmatamento”, diz. Só no Amazonas, o desmatamento subiu 42% entre 2014 e 2015.

A taxa de 2015 é a maior em quatro anos. Segundo o Inpe, desde 2011 esse índice ficava em torno dos cinco mil quilômetros quadrados. “É um limite que precisamos atravessar. Novas iniciativas precisam ser tomadas ou não vamos alcançar a meta até 2020”, afirma Valeriano.
O Prodes computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso.
Combate ao desmatamento
No final de agosto, foi lançado no Brasil o sistema por satélite GLAD, que emite alertas semanais de novas perdas na cobertura florestal do País. Apesar de já existirem ferramentas do tipo, como o próprio Prodes, esta é a mais poderosa já criada até agora, pois fornece monitoramento mais rápido, de mais alta definição e de maior escala. Além de enviar alertas semanais, o novo sistema também recebe denúncias da população para rastrear o desmatamento.

Fonte: Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais