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SÃO PAULO – Em 70 anos, mudanças climáticas inviabilizarão a realização de Jogos Olímpicos de verão na América Latina e na África. Boa parte das cidades no hemisfério norte também não terá condições climáticas de receber o evento. A conclusão é de estudo publicado parcialmente na edição deste mês da respeitada revista científica The Lancet. O levantamento mostrou ainda que, de uma amostra de 600 cidades localizadas na metade superior do globo e fora da Europa Ocidental, apenas oito teriam temperatura e umidade médias adequadas para receber os Jogos a partir de 2085.

Em 70 anos, por exemplo, Los Angeles e Tóquio, as próximas cidades a sediarem o campeonato, não seriam opções para realização dos Jogos. “O clima pode ser tão ruim que os Jogos Olímpicos mudariam para sempre”, disse ao SFGate Kirk Smith, professor de saúde pública da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Levantamento parecido já havia sido feito para as cidades sede dos Jogos Olímpicos de inverno, que dependem fortemente do clima para acontecer. Os resultados desse outro estudo, feito em 2014 por pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, e do Management Center Innsbruck, na Áustria, revelam perspectivas igualmente preocupantes. No cenário mais promissor, até 2080, apenas 10 das últimas 19 cidades a sediarem os Jogos de inverno poderiam recebê-los novamente. Se o nível de emissões de gases de efeito estufa continuar crescendo, o número cai para seis.

Aliás, os impactos das mudanças climáticas sobre os Jogos de inverno já são visíveis. Os Jogos Olímpicos de inverno de Sochi 2014, por exemplo, foram os mais quentes da história, com picos de temperatura de 20 graus Celsius. E durante os Jogos de inverno de Vancouver, em 2010, nevou menos que o esperado e foi preciso trazer neve com helicópteros e caminhões para que o cronograma dos jogos fosse seguido.

Leia a íntegra (em inglês, pago) do estudo The last Summer Olympics? Climate change, health, and work outdoors, publicado pela revista científica The Lancet.