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SÃO PAULO – Quando a iniciativa do “Pacto Global das Nações Unidas” surgiu, em 2000, pelas mãos do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, ninguém imaginava que ela teria a importância e o tamanho que ela tem hoje. Era sabido que o respaldo de uma figura como a do diplomata ganês Annan, co-receptor do Prêmio Nobel da Paz de 2001 e dono de mais de 25 títulos honorários de algumas das mais importantes universidades do mundo, ajudaria na divulgação e sucesso da iniciativa. Mas nem os mais otimistas entusiastas do Pacto poderiam antecipar que, 16 anos depois de sua criação, ele teria nada menos que 12 mil empresas signatárias divididas em 150 redes espalhadas por todo o planeta.

kofi annan ex secretario geral da onu em 2012

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU e co-receptor do Prêmio Nobel da Paz de 2001, criou o Pacto Global das Nações Unidas em 2000; hoje iniciativa tem 12 mil signatários (Foto: US Mission in Geneva / Divulgação)

O que tanto atrai no Pacto Global é sua missão simples e direta: “mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção”. Quem decide assinar o Pacto deve subscrever aos já famosos “10 princípios universais” da iniciativa (leia abaixo) – criados para nortear os esforços no sentido de cumprir a missão colocada do Pacto -, e se comprometer a prestar contas do quem vem sendo feito para atendê-los.

Essa prestação de contas, chamada de “Communication of Progress” (COP) – em tradução livre, “Comunicado de Progresso” – precisa ser feita pelo menos uma vez por ano por todas as 12 mil empresas signatárias do Pacto. Em 2016, por exemplo, mais de 39 mil relatórios foram cadastrados. E como os documentos são públicos, todos se esforçam para mostrar as melhores iniciativas e resultados possíveis de forma acessível a todos. Nesse sentido, a plataforma não só incentiva as boas práticas empresariais, como ajuda as empresas a organizar e divulgar seus projetos.

E mais: quem integra o Pacto e está em dia com os COPs tem voz ativa na construção e implementação da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 das Nações Unidas e pode até buscar uma autorização do Escritório do Pacto Global para usar um logotipo da iniciativa como elemento permanente de seu material gráfico. É mais uma maneira de reforçar, publicamente, o compromisso com boas práticas empresariais e mostrar ao mundo e aos clientes o quanto esse assunto importa para a empresa.

Protagonismo brasileiro
capa home da página da rede brasil do pacto global

A Rede Brasil do Pacto Global é a quarta maior do mundo, com 700 membros; no destaque, a página da iniciativa (Foto: Pacto Global – Rede Brasil / Reprodução)

Hoje, a rede brasileira de empresas signatárias do Pacto Global é uma das mais ativas e importantes do mundo. Com 700 membros, ela é a quarta maior entre as 150 catalogadas, e reúne líderes dos mais variados setores. Em encontros dos grupos temáticos locais, o empresariado nacional discute assuntos como economia inclusiva, erradicação da pobreza, energia e clima, consumo sustentável e água e saneamento, entre outros.

Desde 2015 a Odebrecht Ambiental é uma das 700 signatárias do Pacto Global no País. Para a empresa, a ideia de participar da iniciativa veio naturalmente. “Os temas discutidos no Pacto Global estão diretamente ligados à nossa área de atuação e ao nosso compromisso com as comunidades e com o meio ambiente. Como signatários, acabamos tendo a oportunidade de compartilhar nossas ações já existentes voltadas à cidadania empresarial, além de reforçar a importância que esta agenda tem em nosso dia a dia”, afirma Fernando Santos-Reis, diretor-presidente da Odebrecht Ambiental.

Na frente dos direitos dos trabalhadores, por exemplo, a Odebrecht Ambiental atua em linha com os princípios do Pacto Global. Em 2015, por exemplo, a empresa fez uma pesquisa qualitativa com 369 funcionários para avaliar a percepção interna de iniciativas de equidade de gênero. O projeto, que está no COP 2016 apresentado ao “Pacto Global”, foi concebido para refinar as políticas da empresa que já funcionam nesta seara, como o acesso livre das mães à sala de amamentação e a vestiários completos com chuveiros e armários, além da disponibilidade de serviços de manicure e estética.

No mesmo comunicado de progresso, também está descrita a “Avaliação Global de Riscos”, feita em 24 unidades da Odebrecht Ambiental espalhadas pelo País para aferir o atendimento às boas práticas trabalhistas. Foram avaliados quesitos como “Preparação para Emergências”, “Segurança do Trabalho” e “Sistemas de Proteção e combate a Incêndio”, entre outros. Concluída a avaliação, viu-se que quatro operações receberam o conceito “Excelente” e outras 10, o conceito “Acima do Padrão” – alta expressiva em relação aos resultados visto na avaliação de 2013. “A produtividade, quando aliada à qualidade e à segurança, é peça-chave para conseguirmos atingir melhores resultados. A tendência é que índices como este sejam cada vez mais positivos também pelo nosso compromisso com o Pacto Global, já que ele direciona nossos esforços nesse sentido”, complementa Fernando Santos Reis, diretor-presidente da Odebrecht Ambiental.

Odebrecht Ambiental e o meio ambiente
imagem da estação de tratamento deodoro na zona oeste do rio de janeiro

Tecnologia de tratamento de esgoto Nereda, usada pela Odebrecht Ambiental na ETE Deodoro, no Rio de Janeiro, ocupa menos espaço e consome 3/4 da energia que uma estação comum (Foto: Américo Vermelho)

Por se tratar de uma empresa que atua desde 2008 em saneamento básico, utlities e manejo de resíduos, não é de hoje que a Odebrecht Ambiental trabalha com projetos voltados para a preservação do meio ambiente. Só no COP 2016, por exemplo, estão reunidos os resultados de nove grandes grupos de programas da empresa na área – que, somados, são mais de 30.

Dentro do programa que reúne dados da emissão de gases de efeito estufa pela empresa (Inventário de Emissões GEE) por exemplo, a tecnologia de tratamento de esgoto holandesa Nereda merece atenção especial. Funcionando desde maio de 2016 na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Deodoro, que fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ela permite que a estação ocupe um quarto da área de uma estação comum, consuma 25% menos energia elétrica e emita significativamente menos gases de efeito estufa. Ainda dentro do mesmo programa, outro destaque fica por conta do esforço que a empresa vem fazendo para estudar soluções de uso de fontes de energia alternativa – como solar e de biogás gerado pelo próprio esgoto – para atender as demandas das ETEs.

O Programa de Reciclagem de Resíduos também é digno de nota. Só em 2015, ele destinou 112 toneladas de lodo provenientes de estações de tratamento de água para a produção de tijolos. Já o Programa de Redução de Perdas de água tratada conseguiu reduzir o índice de perdas em uma das praças, no interior de São Paulo, de 45% para 16%.

funcionários da odebrecht ambiental procuram vazamento

Esforços da Odebrecht Ambiental para a reduzir as perdas e o desperdício de água tratada envolvem o uso de tecnologias como o geofone e medidores de água que registram o consumo de toda uma região (Foto: Odebrecht Ambiental / Reprodução)

O programa de perdas trouxe benefícios fundamentais diante da crise hídrica que afetou o país em 2014. Os municípios operados pela Odebrecht Ambiental tiveram uma sobrevida maior diante da escassez de recursos simplesmente por já atuarem no consumo consciente. Com a questão ficando ainda mais crítica, a empresa optou por atuar em conjunto com os clientes para que diminuíssem o consumo num trabalho que uniu educação ambiental e consumo consciente. “Reduzimos o consumo e por consequência a receita em até 20% em alguns municípios neste período. Optamos por abrir mão do faturamento para ter a garantia que não haveria falta de água para nossos clientes”, reforça Fernando Santos-Reis, diretor-presidente da Odebrecht Ambiental.

Pacto Ambiental e medidas anticorrupção

Em linha com os princípios do Pacto Global ligados ao combate à corrupção, a Odebrecht Ambiental também investiu em medidas nesse sentido. Entre elas, em 2015, houve campanhas em 32 unidades da companhia espalhadas pelo País para familiarizar 6 mil funcionários com o código de conduta, além de um esforço concentrado para atualizar esse documento. No ano, também foi reforçado o canal “Linha ética”, através do qual e empresa recebe relatos de integrantes, terceiros, fornecedores, clientes e colaboradores sobre eventuais violações ao código de conduta.

Leia a íntegra do COP 2016 da Odebrecht Ambiental

Os 10 princípios do Pacto Global das Nações Unidas

Os 10 princípios universais foram elaborados a partir de documentos seminais de direitos e deveres humanos e da iniciativa privada. Entre eles estão a “Declaração Universal de Direitos Humanos”, a “Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho”, a “Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” e a “Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção”. Confira.

Princípios na área dos Direitos Humanos
1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; e
2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.

Princípios na área do Trabalho
3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
4. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
5, A abolição efetiva do trabalho infantil; e
6. Eliminar a discriminação no emprego.

Princípios na área do Meio Ambiente
7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; e
9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis

Princípios na área de Combate à Corrupção
10. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina

Fonte: Pacto Global – Rede Brasil