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SÃO PAULO – Ninguém precisa ser convencido de que, em 2016, as chuvas têm sido mais generosas com o sudeste brasileiro do que em 2015. No ano passado, aliás, a região viveu o ápice do que especialistas da NASA, a agência espacial norte-americana, chamaram de pior estiagem em 35 anos. Iniciada em 2012, em três anos a seca drenou nada menos que 168 trilhões de litros de água regionais. À época, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira foi além e chegou a classificar a estiagem como a pior na região em 84 anos.

Felizmente, choveu. E a situação dos mananciais melhorou. Mas em quanto, exatamente? O Juntos Pela Água fez um levantamento a partir dos dados da Sabesp e mapeou a evolução das chuvas e do nível no principal manancial da região, o Sistema Cantareira, nos primeiros seis meses de 2015 e nos primeiros seis meses de 2016. O que se vê é que, no primeiro semestre de 2016, choveu 17,8% a mais do que no mesmo período em 2015. Isso representou uma alta no índice de armazenagem de água do Sistema Cantareira de 43,8 pontos percentuais, o que equivale a 555,8 milhões de metros cúbicos de água a mais de capacidade acumulada em 2016*.

Engana-se, porém, quem pensa que resultados como esses são suficientes para acabar com a crise. O pior, certamente, passou. Mas economizar ainda é a palavra de ordem, principalmente para os moradores do sudeste. Afinal, há quem preveja que a seca que começou em 2012 dure até, pelo menos, 2042.

Confira os números.

 

* Os períodos considerados para a comparação são de 1 de janeiro de 2015 a 22 de junho de 2015, e de 1 janeiro de 2016 a 22 de junho de 2016. O índice de armazenamento considerado foi o Índice 2 da Sabesp, que é calculado da seguinte maneira: volume armazenado / volume total (volume útil + reserva técnica) x 100. A série completa de dados pode ser consultada na página Situação dos Mananciais, da Sabesp.