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SÃO PAULO – A fabricante de eletrônicos americana Belkin e a finlandesa Uponor, especializada na fabricação e instalação de sistemas hidráulicos e sistemas de infraestrutura, anunciaram nesta semana uma parceria que investirá US$ 40 milhões na criação de tecnologias de gestão de recursos hídricos para o consumidor doméstico. A nova empresa foi batizada de Phyn e vai atuar no chamado mercado de água inteligente explorando o potencial da internet das coisas (leia quadro abaixo) para automatizar o monitoramento e a gestão do consumo de água em casas inteligentes, também conhecidas como smart homes. O objetivo é usar a tecnologia para fomentar o consumo consciente do precioso recurso.

Em 2015, a Belkin havia anunciado, por meio de sua marca de sensores para casas inteligentes WeMo, a criação do sistema WeMo Water. O protótipo, que não chegou a ser lançado, usa um sistema experimental de medição de consumo feita a partir do monitoramento de pequenas variações de pressão na rede de água doméstica. Instalado em qualquer parte da rede dentro da casa – entre o ponto de água na cozinha, por exemplo, e a torneira da pia – o aparelho, que tem tamanho de um filtro, consegue determinar não só o volume de água usado, mas o tipo de uso que foi feito.

Chuveiro preto e branco

Fluxo do chuveiro pode ser monitorado a partir da variação de pressão na rede de água doméstica (Foto: Pascal Montsma/Free Images)

Ou seja, o Wemo Water identifica, por exemplo, que a descarga foi acionada tantas vezes em um dia consumindo tantos litros de água, ou que a máquina de lavar roupas ficou ligada das 15h às 16h e consumiu outros tantos litros e que o chuveiro foi usado três vezes por um total de 15 minutos. Com os dados, o próprio sistema dá dicas de consumo mais eficiente por meio de um aplicativo instalado em smartphones e tablets.

Calibrados para identificar até variações mínimas de pressão, os sensores do WeMo Water também podem reconhecer o consumo de água em volumes e períodos estranhos ao dia-a-dia da casa e alertar seus donos. Com o tempo, a empresa quer oferecer a automação de parte das soluções para problemas mais urgentes, como grandes vazamentos, que podem ser interrompidos com o fechamento automático de um registro.

Um dos primeiros projetos da Phyn será acelerar o desenvolvimento do WeMo Water, que deve mudar de nome e começar a ser testado em residencias até o final de 2016. “Temos anos de pesquisa, avanços tecnológicos e prototipagem acumulados – com a parceria, queremos acelerar a chegada dos nossos produtos ao mercado consumidor de massa”, diz Ryan Kim, CEO da Phyn e ex-vice presidente da Belkin.

Trata-se de uma empreitada e tanto. Para especialistas, o fato de a Belkin não ter conseguido lançar o WeMo Water depois de um ano e meio de sua apresentação como protótipo, em janeiro de 2015, durante a CES (Consumer Electronics Show) daquele ano, mostra como ainda é difícil desenvolver soluções na área. O fato de a empresa ter precisado se associar com a Uponor é outro sinal de que os desafios no setor são grandes o suficiente para motivar a união de esforços de duas gigantes em suas respectivas áreas. “O objetivo é desenvolver produtos inovadores no crescente mercado de água inteligente”, afirma Jyri Luomakoski, presidente e CEO da Uponor Corporation. É mais uma frente que se abre na luta pelo consumo consciente da água.

O que é a internet das coisas
A internet das coisas é uma camada da internet por onde sensores instalados em coisas como carros, casas, celulares e praticamente qualquer outro objeto que possa ser monitorado conversam entre si para fazer as nossas vidas mais confortáveis e eficientes. Por exemplo, é pela internet das coisas que, num futuro próximo, os dados gerados pelos sensores que medem o consumo de água da sua casa trafegam até chegar ao seu celular, te avisando que seu filho está demorando demais no banho.