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SÃO PAULO – Discutir sobre a tarifa de água é falar sobre os investimentos em saneamento. Afinal, é ela que define o quanto pode e será investido para o melhoramento, ampliação para a universalização dos sistemas de água e esgoto.

A grande questão é saber como essa conta se fecha para que os investimentos sejam feitos.  Por isso, especialistas em saneamento e gestão da água concordam, em vídeo realizado a partir de debate promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que a maior transparência no debate é fundamental para o avanço do saneamento no País.
Veja o vídeo:

“A conta no Brasil é feita meio que ao contrário. Quanto menos eficiente for o operador, menos sobra para investir. Nos países desenvolvidos, a conta é feita de frente para trás, ou seja, do custo do investimento, do custo do serviço, de quanto é que tem que ser pago”, afirma o fundador da Odebrecht Ambiental Fernando Santos-Reis.
O ponto levantado por Santos Reis explica em parte a grande distância que existe entre planejamento e investimento. Apenas 23%, em média, do valor arrecadado é investido. “As 100 maiores cidades brasileiras captaram da sociedade, nos últimos 5 anos, 123 bilhões de reais e o valor investido no serviço – ou seja,  na universalização, implantação de rede sem contar o custo de operação – foi em torno de 23% do valor arrecadado”, afirma João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS.
A ativista Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, vai mais fundo na questão.“Acho que a discussão da tarifa deveria começar por quanta água a gente precisa, quanto custa e se é possível, em uma região como a metropolitana de São Paulo, a gente começar a ter diferentes qualidades de água para diferentes usos? Ou a gente vai continuar a ter água potável para lavar chão de fábrica?”, questiona.
Participaram do vídeo Fernando Santos-Reis, fundador da Odebrecht Ambiental, uma das primeiras empresas brasileiras privadas de saneamento básico; José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor-presidente da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp); Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, criada durante a crise hídrica e João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS.