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SÃO PAULO – No Pantanal, tudo é superlativo. A maior planície alagável do mundo, com área total de 170.500 km2, tem mais ou menos o tamanho de países como Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda juntos. Lá vivem mais de 4.700 espécies animais e vegetais, algumas delas ameaçadas de extinção, como é o caso da onça-pintada, do tamanduá-bandeira, e da arara-azul, só para ficar em três exemplos.

Tendo isso em vista, é de se pensar que água não é problema por lá. Acontece que os rios do Pantanal estão sendo ameaçados principalmente pelo desmatamento, expansão agrícola, erosão e falta de saneamento. Um estudo realizado pelo WWF-Brasil e parceiros como HSBC, The Nature Conservancy (TNC), Centro de Pesquisas do Pantanal, CNPQ e Caterpillar, mostrou que a região das nascentes dos rios do Pantanal está em alto risco ecológico.

O rio mudou

De acordo com o projeto, a região das cabeceiras do Pantanal precisa recuperar pelo menos 23 mil hectares de terra – ou 700 km de rio –  para incidir em questões como suprimento de água, equilíbrio do clima e também para a conservação do solo.

O problema nos rios já vinha sendo notado por moradores da região. É o caso do pescador aposentado José Farias, que trabalhou mais de 50 anos no rio Paraguai.

“Não está chovendo como antes, as matas acabaram e a água já não é a mesma. Até os peixes cheiram diferente. Se não mudar as políticas de meio ambiente, o final dele é zero. Acaba. Quem tem as nascentes na fazenda, tem que preservar para atingir os rios. Porque os nossos rios são formados de nascentes. E isso é o meu pão de cada dia, a minha vida e a minha história”, conta o pescador em vídeo divulgado pelo WWF-Brasil.

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Saneamento já

Até agora o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, já recuperou 35 nascentes, outras 15 deverão ser recuperadas até 2020. Para isso, foram instaladas 40 biofossas na zona rural. Elas evitam que o esgoto chegue aos rios, além de melhorar a qualidade de vida dos produtores que passam a ter saneamento básico e adubo orgânico para irrigação de árvores frutíferas sem risco de contaminação do lençol freático ou dos rios.

O projeto também conseguiu o aporte de R$2.200.000,00 para a implantação do projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) para 72 propriedades rurais beneficiadas.  Para tanto, entre outras ações, serão necessárias 11 milhões de mudas de espécies nativas.