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SÃO PAULO – O índice de cidades brasileiras com serviço de coleta seletiva cresceu 13,8% entre 2014 e 2015, aponta pesquisa Ciclosoft 2016, recém divulgada pelo “Compromisso Empresarial para a Reciclagem” (Cempre). De acordo com os dados levantados, a proporção de municípios espalhados pelo País com recolhimento de materiais recicláveis é de 18%, o que em números absolutos equivale a 1.055 cidades. Cerca de 31 milhões de brasileiros, ou 15% da população, têm acesso ao serviço. Trata-se de números baixos, mas que sinalizam um movimento de alta, principalmente nos últimos seis anos.

“A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, determina que todos os municípios brasileiros ofereçam a coleta seletiva à sua população. E o histórico das edições da nossa pesquisa mostra um claro engajamento dos municípios após a aprovação da Política”, diz Victor Bicca, presidente do Cempre. Entre 2010 e 2015, por exemplo, o índice de cidades com coleta seletiva mais que dobrou, tendo crescido 138%, segundo o estudo.

A pesquisa também mostrou as discrepâncias regionais na oferta do serviço. A região Sudeste, por exemplo, concentra 41% de todos os municípios brasileiros que oferecem coleta seletiva enquanto a região Norte, tem apenas 1%. O Sul, por sua vez, tem 40%, o Nordeste 10% e o Centro-Oeste, 8%.

Trata-se de um longo caminho para a universalização até nas regiões mais avançadas como o Sudeste e o Sul. Mas o esforço vale a pena, garante o Cempre. Segundo o órgão, com a expansão da coleta seletiva, observa-se o “encerramento dos lixões, a implantação e uso racional de aterros sanitários, a reintrodução dos recicláveis na cadeia produtiva e a inserção socioeconômica dos catadores organizados em cooperativas como agentes da coleta”.

E mais: hoje, o custo da coleta seletiva, estimado em 4,1 vezes o custo da coleta comum, está entre os mais baixos dos últimos 12 anos. Com pico em 1994, quando ele era 10 vezes maior que o da coleta comum, ele tem baixado de forma relativamente constante desde então. O momento, portanto, é bom para fazer avançar a agenda da reciclagem.